quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mudar mentalidades . . . Passa por aqui !

Enquanto exploravamos este meio de comunicação, deparamo-nos com um blogue bastante interessante, que infelizmente não nos recordamos, que continha um documento igualmente interessante sobre a forma incorrecta e correcta de se tratar uma pessoa portadora de deficiência física.
Como uma leitora que nos comentou disse e com toda a razão de ser, mudar mentalidades é muito difícil e isso será um obstáculo ao nosso projecto provavelmente. Mas, vamos, contudo, lutar por esta causa, e tentar mudar, nem que seja uma única mentalidade. Acho que este documento poderá ajudar neste sentido e pedimos com carinho que se pararem neste blogue e tiverem a simpatia de o querer ler, leiam com atenção e reflectiam e pensem... Nunca se sabe o dia de amanhã, podemos ser um de nós, um dia, a passar por todos os obstáculos que estas pessoas encaram no seu quotiano, e não só falamos a nível material e arquitectónico, mas também a nível de cidadania.

Como tratar pessoas portadoras de deficiência física correctamente

«Errado: Evitar falar com as pessoas portadoras de deficiência física sobre coisas que uma pessoa normal pode fazer e eles não.
Certo: Conversar normalmente com pessoas portadoras de deficiência física, falando sobre todos os assuntos, pois é bom para elas saberem mesmo das coisas que não podem ouvir, ver ou participar por causa da limitação de movimentos.

Errado: Elogiar ou depreciar uma pessoa portadora de deficiência física, somente por ela ser limitada.
Certo: Tratar pessoa portadora de deficiência física como alguém com limitações específicas da deficiência, porém com as mesmas qualidades e defeitos de qualquer ser humano.

Errado: Superproteger a pessoa portadora de deficiência física, fazendo coisas por ela.
Certo: Permitir que a pessoa portadora de deficiência física desenvolva ao máximo suas potencialidades, ajudando-a apenas quando for realmente necessário.

Errado: Chamar pessoa portadora de deficiência física pelo apelido relativo à sua deficiência (ex. surdinho, surdo, mudo, cego, maneta etc.), pois ela pode se ofender.
Certo: Chamar a pessoa portadora de deficiência física pelo nome, como se faz com qualquer outra pessoa.

Errado: Dirigir-se à pessoa cega como se ela fosse surda, fazendo esforço para que ela ouça melhor. O cego não é surdo.
Certo: Conversar com o cego em tom de voz normal.

Errado: Referir-se à deficiência da pessoa como uma desgraça, como algo que mereça piedade e vá ser compensado no céu.
Certo: Falar da deficiência como um problema, entre outros, que apenas limita a vida em certos aspectos específicos.

Errado: Demonstrar pena da pessoa portadora de deficiência física.
Certo: Tratar pessoa portadora de deficiência física como alguém capaz de participar da vida em todos os sentidos.

Errado: Usar adjectivos como "maravilhoso", "fantástico" etc., cada vez que se vê uma pessoa portadora de deficiência física fazendo algo que aparentemente não conseguiria (por exemplo, ver o cego discar o telefone ou ver as horas, ver um surdo falar e/ou compreender o que lhe falam).
Certo: Conscientizar-se de que a pessoa portadora de deficiência física desenvolve estratégias diárias e superando normalmente os obstáculos, e não mostrar espanto diante de um facto que é comum para o deficiente.

Errado: Referir-se às habilidades de uma pessoa portadora de deficiência física como "sexto sentido" (no caso do cego e surdo, por exemplo) ou como uma "compensação da natureza".
Certo: Encarar como decorrência normal da deficiência o desenvolvimento de habilidades que possam parecer extraordinárias para uma pessoa comum.

Errado: Evitar usar as palavras ver, ouvir, andar, etc., diante de pessoas que sejam cegas, surdas ou privadas de movimentos.
Certo: Conversar normalmente com as pessoa portadora de deficiência física, para que elas não se sintam diferenciados por perceptível constrangimento no falar do interlocutor.

Errado: Deixar de oferecer ajuda a uma pessoa portadora de deficiência física em qualquer situação (por exemplo, cego atravessando a rua, pessoa de muleta subindo no ônibus etc.), mesmo que às vezes a pessoa portadora de deficiência física responda mal, interpretando isto como gesto de piedade. A maioria das pessoas portadora de deficiência física necessita de ajuda em diversas situações.
Certo: Ajudar a pessoa portadora de deficiência física sempre que for realmente necessário, sem generalizar quaisquer experiências desagradáveis, atribuindo-as somente a pessoa portadora de deficiência física, pois podem acontecer também com as pessoas normais.

Errado: Supervalorizar a pessoa portadora de deficiência física, achando que ela pode resolver qualquer problema sozinha (por exemplo, o cego alcançar qualquer porta apenas contando os passos, sem que alguém indique a direção).
Certo: Conscientizar-se de que as limitações de uma pessoa portadora de deficiência física são reais, e muitas vezes ela precisa de auxílio.

Errado: Recusar a ajuda oferecida por uma pessoa portadora de deficiência física, em qualquer situação ou tarefa, por acreditar que não seja capaz de realizá-la.
Certo: Confiar na pessoa portadora de deficiência física, acreditando que ela só lhe oferecerá ajuda se estiver segura de poder fazer aquilo a que se propõe. A pessoa portadora de deficiência física conhece melhor do que ninguém suas limitações e capacidades.

Errado: Ao falar, principalmente com o cego, dirigir-se ao acompanhante da pessoa portadora de deficiência física, e não a pessoa portadora de deficiência física, como se ela fosse incapaz de pensar, dizer e agir por si.
Certo: Dirigir-se sempre a própria pessoa portadora de deficiência física, quando o assunto referir-se a ela, mesmo que esteja acompanhado.

Errado: Agarrar a pessoa cega pelo braço para guiá-la, pois ela perde a orientação.
Certo: Deixar que o cego segure no braço ou apoie a mão no ombro de quem o guia.

Errado: Agarrar pelo braço pessoas com muletas, ou segurar abruptamente uma cadeira de rodas, ao ver a pessoa portadora de deficiência física diante uma possível dificuldade.
Certo: Ao ver a pessoa portadora de deficiência física diante de um possível obstáculo, perguntar se ela precisa de ajuda, e qual a maneira correcta de ajudá-la. Agarrar um aparelho ortopédico ou uma cadeira de rodas, repentinamente, é uma atitude agressiva, como agarrar qualquer parte do corpo de uma pessoa comum sem aviso.

Errado: Segurar a pessoa portadora de deficiência física, na tentativa de ajudá-la, quando já houver uma pessoa orientando-a, principalmente no caso do cego.
Certo: Quando houver necessidade ajuda ou orientação, apenas uma pessoa deve tocar a pessoa portadora de deficiência física, a não ser em situações muito específicas, que peçam mais ajuda (por exemplo, carregar uma cadeira de rodas para subir uma escada).

Errado: Carregar a pessoa portadora de deficiência física, principalmente o cego, ajudá-la a atravessar a rua, tomar condução, subir ou descer escadas.
Certo: Auxiliar a pessoa portadora de deficiência física nestas situações apenas até o ponto em que realmente seja necessário, para evitar atrapalhá-la mais.

Errado: Pegar a pessoa cega pelo braço para colocá-la na posição na posição correcta de sentar numa cadeira.
Certo: Colocar a mão do cego sobre o espaldar da cadeira e deixar que ele se sente como achar melhor.

Errado: Guiar a pessoa cega em diagonal quando atravessar a rua.
Certo: Atravessar o cego sempre em linha recta, para que não perca a orientação.

Errado: Tratar a pessoa portadora de deficiência física com constrangimento, evitando falar sobre sua deficiência.
Certo: Conversar naturalmente com a pessoa portadora de deficiência física sobre sua deficiência, evitando porém perguntas em excesso. Na maioria dos casos, ela preferirá falar normalmente sobre aquilo que é apenas parte de sua vida, e não uma coisa anormal ou extraordinária, como possa parecer ao interlocutor.

Errado: Levar o cego a qualquer lugar onde haja mais pessoas e entrar como se ele pudesse ver quem está no recinto.
Certo: Apresentar o cego a todas as pessoas que estejam num local onde ele é levado por outra pessoa vidente.

Errado: Ao receber um cego em sua casa, deixá-lo orientar-se sozinho.
Certo: Ao receber um cego em sua casa, mostre-lhe todas as dependências e os possíveis obstáculos, e deixe que ele se oriente, colocando-se disponível para mostrar-lhe novamente alguma dependência, caso ele ache necessário.

Errado: Constranger-se em avisar o cego de que ele está com alguma coisa errada na sua vestimenta ou aparência física, ou que está fazendo movimentos não usuais, como balançar-se ou manter a cabeça baixa durante uma conversa.
Certo: Conscientizar-se de que o cego, por não enxergar, não segue o padrão de imitação visual, não podendo, portanto, seguir o comportamento aparente das pessoas videntes. Avisar o cego sempre que perceber que ele está com aparência ou comportamento fora do padrão social normal, evitando que ele caia no ridículo.

Errado: Avançar subitamente sobre a pessoa portadora de deficiência física por achar que ela não vai conseguir realizar uma tarefa (por exemplo, quando o cego está levando o garfo à boca), se a pessoa portadora de deficiência física não solicitar ajuda.
Certo: Permitir que a pessoa portadora de deficiência física realize sozinha suas tarefas, mesmo quando lhe pareça impossível. Só se deve socorrê-la em caso de perigo.

Errado: Agarrar a pessoa cega com intuito de orientá-la quando ela está caminhando normalmente na rua.
Certo: Deixar que o cego aprenda por si só a transpor os obstáculos da rua, pois ele é capaz de fazê-lo sozinho. Segurar seu braço, excepto no sinal ou diante de algum perigo real, na verdade o desorienta.

Errado: Chamar a atenção para o aparelho de surdez.
Certo: Estimular o uso do aparelho, encarando-o com a mesma naturalidade com que são vistos os óculos.

Errado: Gritar de longe e/ou às costas de uma pessoa surda para chamá-la.
Certo: Para chamar a atenção de uma pessoa surda que esteja de costas, deve-se tocá-la, de leve, no braço, antes de começar a falar com ela.

Errado: Gritar para chamar a atenção de uma pessoa surda que esteja em perigo.
Certo: Procurar chegar até ela o mais rapidamente possível, procurando ajudá-la. Lembrar que uma pessoa que atravessa a rua poderá ser surda, podendo, por isso, não ouvir a buzina de seu carro.»

Obrigada pela vossa atenção! E comentem, se sentirem essa necessidade e quiserem transmitir e partilhar os vossos conhecimentos, opiniões, etc, tudo e bem-vindo! =)

"Ser diferente... Cabe a toda a gente!"

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